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Crônica de domingo: A construção do acude de Pentecoste e os “cassacos”

A barragem Pereira de Miranda está localizada no município de Pentecoste, foi projetada e construída pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, e sua construção ocorreu entre os anos de 1950 e 1957.
O Presidente Juscelino Kubitschek inaugurando o açude de Pentecoste em  14 de janeiro de 1957.

Na metade do século XX, os trabalhadores das frentes de serviços das secas do (DNOCS) eram apelidados de “cassacos”. Esse nome é dado a um animal feio e fedorento no Ceará, Pernambuco, Paraíba e outros estados nordestinos.

Um trabalho apresentado no XXVI Simpósio Nacional de História escrito por Lara de Castro, traz um olhar sobre a situação de trabalhadores e engenheiros do Dnocs nas construções realizada pelo órgão. A autora diz que as fontes consultadas percebiam que os alojamento da equipe técnica e dos engenheiros tinham relativo conforto, diferente das formas de habitação da maioria dos trabalhadores. 

As menções feitas as habitações dos “cassacos” eram: no açude Sohen, Senhor do Bonfim(BA), “galpão de taipa para operários”; no açude Pentecoste, Pentecoste(CE), “barracas de palha”. Os relatórios do DNOCS também referenciam outras instalações nas obras como postos de saúde, escolas e até igrejas. Os alojamentos dos “cassacos” estavam longe de apresentar condições salubres, motivos pelo qual surgiam doenças. No relatório de 1954 são apontados casos freqüentes de doenças como tifo e paratifo. Diante das descrições encontradas nos documentos da instituição e nos jornais sobre alojamentos, cotidiano de trabalho e estado físico dos operários, podemos entender por que era um ambiente que facilitava a disseminação de doenças e acidentes de trabalho.

Os retirantes migravam em direção as construções das secas acreditando que seus problemas findariam, mas seus sofrimentos só foram modificados. O jornal O Povo do mês de abril de 1953 fala de “três mil operários em volta a exploração, fome e doenças” no início das obras do açude Pentecoste no Ceará. Era dito que os sujeitos que chegavam às obras dos açudes e estradas no Ceará eram “homens esfarrapados, mulheres maltrapilhas e crianças mirradas”. Em abril de 1951, o mesmo jornal discorre que nas obras do Pentecoste (CE), vivia-se sob “regime de senzalas”, tendo ocorrido “inúmeros casos de inanição”, – “regressei dali para não morrer de fome, com minha família e filhos”, declarou a reportagem “um dos egressos daquele campo de concentração.”

Quanto ao salário, muitos homens recebiam por produção, mas quantificá-la era complicado. “Muitos cassacos” ganhavam “por metros cúbicos” do que cavavam. O terreno era a variante para os preços e quem determinava o tipo de terreno e calculava a metragem era o trabalhador chamado tarefeiro. Existiam muitas reclamações quanto ao trabalho orçado e o salário final (MEDEIROS FILHO; SOUZA, 1988:70).

Fonte: Arquivo do Dnocs 

Raimundo Moura

Radialista formado, blogueiro, graduando em serviço social e Conselheiro Tutelar, atualmente apresento o Programa Alerta Geral Vale do Curu pela 91.9 de Pentecoste e colaboro com o Jornal Integração da Atitude FM de Itapajé.

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