Quero ser pastor
Quando era menino, lá em Sobral, só havia por lá a Igreja dos Crentes, era a Assembleia de Deus. Os homens, em paletó e gravata e as mulheres em longas saias e cabelos que iam à cintura passavam no domingo para o culpa na frente lá de casa, na Praça João Pessoa. Ignorantes e acolitados por católicos radicais, minhas primas mais velhas e eu, nos escondíamos atrás da porta da casa de Mãe Vovó Petronilha, A Racista, pra gritar...crente do c... quente! Gestos de que me arrependo desde que nasceu meu dente queiro. E hoje, peço enormes e imorredouras desculpas. Pois bem. Observando a cena ando meio encafifado nos últimos tempos. O desempenho econômico-financeiro dessas igrejas tem feito a gente pensar se vale a pena ser padre, como queriam ser muitos meninos daquele tempo. Ir pro seminário era certeza de aprendizado ou caminho pra santidade, mas nunca pra riqueza. Então, vendo que não se conhece nenhum padre que tenha um jatinho, nenhum bispo católico que possua sequer um helicóptero ou diocese que faça voar seus líderes em aviões particulares, decidi que quero ser pastor. Tanto faz ser da Graça, da Universal ou aquela daquele pastor grandão de chapéu de aparar castigo. Descobri aqui perto de casa a Igreja dos Embaixadores de Cristo. Não sei se Embaixador dá grana, mas que é pomposo, é. Em avaliação.
Fonte: Macário Batista
Fonte: Macário Batista
Labels
Notícia
Comente
Nenhum comentário :