Projeto Pirarucu já recebeu R$ 1,2 mi de investimentos

A visita do ministro da Pesca, Altemir Gregolin, ao Projeto Pirarucu é considerado um marco pelo Dnocs
Pentecoste. O ministro da Aquicultura e Pesca, Altemir Gregolin, ficou surpreso com o desenvolvimento do trabalho realizado no Centro de Pesquisas em Aquicultura (CPAq) do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), em Pentecoste. A visita técnica foi realizada ontem exclusivamente ao Projeto Pirarucu, mas o ministro aproveitou a ocasião para conhecer as demais instalações do Centro de Pesquisas e anunciar que existem verbas para melhorar a estrutura física do prédio e, principalmente, as pesquisas, desde que haja projeto de financiamento.
Gregolin também ressaltou que desde o início do Projeto Pirarucu, em outubro de 2004, foram investidos R$ 1,2 milhão, inicialmente direcionados para fazer a identificação do pirarucu (macho ou fêmea), além de fazer com que o animal seja alimentado por ração e possa ser criado e reproduzido em cativeiro. "Todas as pesquisas com o pirarucu servem para o Brasil", afirma o ministro, ressaltando que as pesquisas servem para incentivar renda, melhorar a qualidade na alimentação dos brasileiros e, também, obter a qualidade internacional, fazendo com que outros países importem a espécie, como já acontece com o Japão.
Para o diretor do Dnocs, Elias Fernandes, a visita do ministro é um marco para o Projeto Pirarucu, pelo interesse governamental em conhecer os resultados e as pesquisas em andamento, assim como analisar meios para melhorar e incentivar novos estudos na área. "O Centro de Pesquisa do Dnocs mostra o destaque desta atividade para o cenário econômico nacional. Temos o potencial par a ampliar as pesquisas. Esta é apenas uma visita, mas que certamente será uma forma de consolidar ainda mais a relação entre Dnocs e Ministério, com o objetivo de conseguir mais recursos para o projeto", diz Fernandes.
De acordo com o diretor do Dnocs, o Centro de Pesquisa em Aquicultura é responsável apenas pelos estudos, mas está diretamente relacionado com a produção de 100 milhões de alevinos por ano, utilizados em peixamento de açudes.
De acordo com o coordenador de Pesca e Aquicultura do Departamento, Pedro Eymard Mesquita, as pesquisas com o peixe são efetuadas com alto padrão de eficiência. Integram o pacote tecnológico para repasse aos piscicultores, visando à reintrodução da espécie nas diversas estações de piscicultura do Dnocs no Nordeste. Além disso, o coordenador destaca que é preciso pesquisas para ofertar ao mercado regional um produto saudável e de alto teor proteico. "Trouxemos esse peixe da Amazônia para cá com o objetivo de colocá-lo nos açudes. Essa nossa perspectiva faz com que ensinemos o peixe a comer ração industrial para ser criado em cativeiro", explica o coordenador.
Com isso, a pesquisa muda o hábito alimentar do peixe para que a espécie tenha condições de se reproduzir em cativeiro. "Com apenas 15 dias, o peixe passa a ser alimentado com ração e começa a se acostumar com este alimento. É feito um treinamento com o pirarucu", destaca Eymard Mesquita.
Além das pesquisas para criar o peixe em cativeiro, Eymard salienta que os resultados também trazem uma mostra da relação custo/benefício deste manejo. "Dois quilos de ração servem para alimentar um quilo de peixe. O sistema de cativeiro tem um custo menor. Cada quilo de peixe sai por R$ 5,00", diz. Desta maneira, torna-se viável incentivar a comercialização de pirarucu entre os pequenos piscicultores do Estado.
Projeto
O Projeto Pirarucu é o resultado de um convênio assinado em outubro de 2004 entre o Dnocs e a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) da Presidência da República, com a finalidade de estudar o método ideal de criação e engorda desse peixe de origem amazônica, os níveis de equilíbrio custo/benefício, dentre outros aspectos. Considerado como peixe de rápido crescimento em cativeiro, chegando a pesar em torno 10kg com 1 ano de idade, tem um rendimento médio de carne de 57%, apresentando-se excelente para o mercado.
O pirarucu possui uma carne deliciosa e praticamente desprovida de espinhas. Cerca de 10% do couro do animal pode ser empregado na produção de bolsas, sapatos e cintos. Trata-se de uma espécie valorizada nos mercados nacional e internacional. O pirarucu adapta-se a todos os tipos de água.
Alevinos
100 milhões de alevinos são produzidos pelas 14 estações de piscicultura no Estado do Ceará, tendo o Centro de Pesquisas em Aquicultura o desenvolvimento das pesquisas
Fonte: Diário Online
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